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A OUSADIA DE SER LOU SALOMÉ
O artigo a seguir traz informações sobre a incrível Lou Salomé, uma das primeiras psicanalistas que produziu grandes obras sobre o universo feminino e que encantou grandes intelectuais como Sigmund Freud, Friedrich Nietzsche, Rainer Maria Rilke, Paul Rée,

O artigo a seguir traz informações sobre a incrível Lou Salomé, uma das primeiras psicanalistas que produziu grandes obras sobre o universo feminino e que encantou grandes intelectuais como Sigmund Freud, Friedrich Nietzsche, Rainer Maria Rilke, Paul Rée,
Lou Andreas Salomé, o grande e talvez único amor na vida de Nietzsche, justo ele que era contra esse sentimento por achá-lo uma fraqueza do Homem, ironicamente pode ter sucumbido ao mesmo, enlouquecido de amor. Impossível não ter a curiosidade despertada por alguém que conseguiu desarrumar a alma desse filósofo-poeta que subverteu ideias e dizia que as respostas para nossa existência nesse mundo estão dentro de nós mesmos. Nietzsche inclusive a teria pedido em casamento, que foi por ela recusado. Descrever Lou Andreas Salomé não seria bem o termo, nem tão pouco explicá-la, mas talvez possamos refletir sobre ela.
Nascida Louise Von Salomé em 12 de fevereiro de 1861 foi uma intelectual alemã nascida na Rússia. Foi uma bela mulher que escandalizou a sociedade e quebrou regras morais. Conheceu Sigmund Freud, Friedrich Nietzsche, Rainer Maria Rilke, Paul Rée, entre outros grandes homens. Era sensível e tinha mito de sedutora. A produção literária de Lou Salomé esteve sempre muito ligada aos seus envolvimentos amorosos e da relação com Rainer Maria Rilke, aos 36 anos, resultaram obras fundamentais da escritora como “A humanidade da mulher” e “Reflexões sobre o problema do amor”. Parece que nem mesmo Richard Wagner resistiu ao seu encanto e Freud lhe teria escrito um dia: “você tem um olhar como se fosse Natal”.

Sobre Lou Andreas Salomé foi dito que era apaixonada pela vida, pela alegria de viver e que esta paixão transbordava para o seu físico e a tornava um ser luminoso, transparente e lúcido, daquela lucidez de que fala João Cabral de Melo Neto: “uma lucidez que tudo via, como se à luz ou de dia”. E que essa paixão e alegria contagiava de tal forma quem dela se aproximasse que por causa disso, acabavam eles por extrair o melhor de si mesmos. Para Lou Salomé o exercício de viver era um ato de contemplação, de aprendizado e busca, e o objeto de sua atenção podia ser a psicanálise, a curtição de uma paisagem, de uma flor ou de um corpo amado. Ouse, ouse... ouse tudo!! Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda... a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!
Conhecendo um pouco sobre Lou Salomé, podemos concluir que “ser apaixonado” extrapola o apenas “estar apaixonado”. Todos nós buscamos essa embriaguez física e espiritual de que ela falava: a paixão amorosa. Lou assinala em uma de suas obras, a capacidade que a paixão tem de nos abrir o caminho ao sentimento da totalidade da vida e de nos colocar em estado criativo. A paixão transformaria o nosso olhar sobre o mundo, tornaria o simples mortal um artista para si mesmo, e alguém já disse que “o Homem só se realiza através da arte”.

A paixão amorosa é um estado de graça que embriaga os sentidos, é o paraíso dentro de nós. Mas dizem que Lou não se deixava embalar incondicionalmente pelo êxtase da paixão e em um dos seus ensaios, ela nos lembra que no êxtase amoroso, por mais que desejemos nossa fusão com o amado, sempre somos em última análise, remetidos a nós mesmos através do outro. E Lou analisa a necessidade de renovação e da existência do mistério na relação amorosa.
"Pois, no seio mesmo da paixão, nunca se deve tratar de "conhecer perfeitamente o outro": por mais que progridam neste conhecimento, a paixão restabelece constantemente entre os dois este contato fecundo que não pode se comparar a nenhuma relação de simpatia e os coloca de novo em sua relação original: a violência do espanto que cada um deles produz sobre o outro e que põe limites a toda tentativa de apreender objetivamente este parceiro. É terrível de dizer, mas , no fundo, o amante não está querendo saber "quem é" em realidade seu parceiro. Estouvado em seu egoísmo, ele se contenta de saber que o outro lhe faz um bem incompreensível... os amantes permanecem um para o outro, em última análise, um mistério. Nas anotações íntimas dos últimos anos de vida, Lou Salomé escreve: "Distingue-se entre os humanos aqueles que se sentem divididos em um passado e um futuro e aqueles que vivem o presente com cada vez mais densidade, sempre mais plenitude. Os orientais acham natural insistir menos sobre a morte do que se passa do que sobre a perfeição do que se acaba, como aprofundamento da realidade. Nós, ao contrário, começamos a ver aquilo que nos chega, apenas sob o aspecto sempre mais sinistro da morte - como tudo o que se observa de um olhar exterior, logo mortífero.

"Sempre não tive a idéia fixa de que a velhice me traria muito? Em meus jovens anos escrevi em algum lugar: primeiro nós vivemos nossa juventude, em seguida nossa juventude vive em nós. Não sei bem, ainda hoje, o que eu queria dizer com isso outrora. Mas eu tinha realmente medo de não atingir a idade de viver esta experiência; eu o sabia profundamente, uma longa vida, com todas as suas dores, vale ser vivida,. Claro, o valor da vida pode nos ficar escondido pelos desgastes sofridos pela nossa carne, nosso espírito (...) do mesmo modo que a juventude mais empreendedora pode se ver entravada em sua felicidade e em seu sucesso, por um fatal concurso de circunstâncias; mas, por além das perdas, a velhice adquire muito mais que a famosa aptidão à serenidade e à lucidez: ela permite que se chegue a uma plenitude mais acabada." “A morte desfaz, assim, a distância entre os amantes, que agora vivem um no outro, sem que o individualismo os separe. A morte não é uma partida, mas uma volta: um retorno do indivíduo àquela união primitiva com as coisas. Por isso não a devemos temer”. No dia em que eu estiver no meu leito de morte Faísca que se apagou Acaricia ainda uma vez meus cabelos Com tua mão bem-amada Antes que devolvam à terra O que deve voltar à terra, Pousa sobre minha boca que amaste Ainda um beijo. Mas não esqueças: no esquife estrangeiro Eu só repouso em aparência Porque em ti minha vida se refugiou E agora sou toda tua [Hino à morte]
Publicado originalmente por: Obvious>http://lounge.obviousmag.org/por_tras_do_espelho/2012/03/lou-andreas-salome-e-a-paixao.html